Falando no âmbito da sessão oficial de abertura deste congresso, Manuel de Lemos referiu que a “grande vitória” do setor social, “após 50 anos do 25 de Abril”, é o reconhecimento que granjeou entre as mais variadas forças políticas. “Da esquerda à direita, todos sabem que a saúde não vai lá se não contar com o setor social”, disse o presidente, lembrando ainda que além de políticos, também a sociedade civil reconhece a qualidade dos serviços prestados por hospitais e unidades de cuidados continuados das Misericórdias em Portugal, apesar dos problemas de financiamento e recursos humanos, entre outros.
Manuel de Lemos destacou também o trabalho conjunto desenvolvido com as Santas Casas do Brasil, nomeadamente com o deputado António Brito e com o atual presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), Mirócles Véras, para quem este congresso é “mais do que um encontro anual. É um espaço estratégico onde reafirmamos o papel essencial das instituições filantrópicas no Sistema Único de Saúde (SUS)”.
Recordando que Santas Casas e hospitais filantrópicos representam “mais de 50% dos atendimentos de média e alta complexidade do SUS, produzindo quase seis milhões de internações e mais de 400 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano”, o presidente da CMB afirmou, durante o seu discurso na sessão de abertura, que “não há futuro para o SUS sem fortalecer quem está na base: quem acolhe, quem cuida e quem entrega”. “Temos legitimidade para participar das decisões que moldam o futuro da saúde pública no Brasil”, asseverou.
A sessão de abertura contou com a participação de Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, e do atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que apresentou iniciativas voltadas à ampliação de recursos, incentivo à modernização da estrutura hospitalar e apoio a programas de alta complexidade, como oncologia, cardiologia e atenção materno-infantil. Por sua vez, Alckmin reforçou a necessidade de integrar políticas económicas e sociais para garantir sustentabilidade e qualidade no atendimento no SUS.
O 33.º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos decorre até 14 de agosto, com uma programação que inclui palestras, mesas-redondas, oficinas técnicas em torno de seis eixos temáticos: governança e contratualização, reforma tributária, cuidado centrado na pessoa, comunicação institucional, inovação e gestão da mudança, e liderança com propósito.
Além da UMP, as Misericórdias de Peso da Régua e Paris integram a comitiva portuguesa que está em Brasília para este evento.
À margem do congresso, o ministro Alexandre Padilha recebeu em audiência Manuel de Lemos, Mirócles Véras e António Brito, no dia 13 de agosto. Segundo nota da CMB, “o encontro teve como objetivo reforçar o apoio institucional do Ministério da Saúde do Brasil e do Ministério da Saúde de Portugal para o intercâmbio entre as Santas Casas dos dois países, ampliando a cooperação, a troca de experiências e o desenvolvimento de ações conjuntas em prol da saúde filantrópica”.
A iniciativa, continua a nota, visa “fortalecer o diálogo internacional e criar oportunidades para que as entidades compartilhem boas práticas, aprimorem a gestão e ampliem a qualidade do atendimento à população”.
No dia 15 de agosto, já na cidade de Parnaíba, estado do Piauí, o presidente da UMP foi homenageado pelo poder local com a atribuição da Medalha de Mérito Legislativo Municipal ‘Vereador Alcenor Candeira’, pelos seus relevantes serviços prestados ao município.
*Atualizado a 18 de agosto
Fotografia: Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB)