O Parlamento Europeu decidiu atribuir, neste ano de 2021, um prémio, designado de “Prémio de Cidadão Europeu” a 27 instituições, uma de cada Estado-Membro, como recompensa por feitos excecionais.

Em Portugal, a escolha recaiu na União das Misericórdias Portuguesas, com base nos seguintes fundamentos: “Em 2020 e 2021 os projetos levados a cabo pela União das Misericórdias Portuguesas foram de uma enorme importância para a atenuação dos efeitos provocados pela Covid-19, tendo apoiado mais de 160 000 pessoas, através de planos de contingência em 450 lares, 115 unidades de cuidados continuados, 23 hospitais, 295 creches, 360 centros de dia e 300 serviços de apoio domiciliário. Os serviços prestados pelas Misericórdias foram particularmente relevantes nas áreas mais rurais e remotas do País, onde o respeito pelos direitos fundamentais dos mais idosos e das pessoas com deficiência, bem como o acesso à saúde e a diversas fornas de apoio social foram garantidos. As economias locais e a coesão social e territorial muito beneficiaram da atuação das Misericórdias, que em Portugal têm vindo a promover a dignidade de milhares de pessoas, independentemente da raça, religião etnia, ou orientação sexual. Com este projeto, a União das Misericórdias colocou no terreno o conceito de solidariedade e os valores associados ao projeto Europeu”.

Esta distinção não só representa um orgulho para todos os que colaboram nas Misericórdias portuguesas, mas também é fator potenciador para que todos os projetos que estão pensados pelos dirigentes das Santas Casas e da nossa União vejam, tão rapidamente quanto possível, a luz do dia. Seguramente que para que esta distinção tenha acontecido não será alheio o facto dos resultados apresentados pelas Misericórdias portuguesas na luta contra a Covid-19 serem dos melhores da Europa, quando comparados com os resultados de instituições congéneres.

A Europa, através da sua instituição mais democrática, o Parlamento Europeu, aponta as Misericórdias portuguesas como exemplo para a consolidação dos valores em que assenta o projeto europeu. Faço votos para que as autoridades nacionais tenham este facto em conta nas decisões que vão ser chamadas a tomar, no que respeita aos projetos de cooperação com as Misericórdias.

José da Silva Peneda, presidente da Mesa da Assembleia Geral da UMP

Voz das Misericórdias