A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) recebeu, no dia 9 de novembro, o prémio do Cidadão Europeu, atribuído pelo Parlamento Europeu para reconhecer o trabalho desenvolvido pelas Misericórdias e o apoio prestado à comunidade nas áreas de apoio social e cuidados de saúde, para assegurar respostas adequadas e abrangentes a toda a população, especialmente a mais vulnerável. Para o presidente da UMP, que esteve em Bruxelas para receber a distinção, “ver a casa comum dos europeus a aplaudir as Misericórdias e a sua União foi seguramente um dos maiores momentos da minha vida”.

Para Manuel de Lemos, esta distinção “reconhece e valoriza o trabalho incansável desenvolvido pelos mais de 45 mil colaboradores de todas as Misericórdias, para apoiarem, diariamente, cerca de 165 mil utentes, especialmente no contexto da pandemia que se vive”. Numa mensagem enviada aos órgãos sociais da UMP, Misericórdias e trabalhadores da UMP, Manuel de Lemos afirmou ainda que é “um enorme privilégio poder representar-vos”.

A cerimónia no Parlamento Europeu (PE) reuniu os vencedores dos anos de 2021 e também de 2020, ano em que, por força da pandemia, não foi possível promover uma sessão para entrega formal dos prémios. Por isso, Portugal esteve representado pela União das Misericórdias Portuguesas (2021) e pelo Corpo Nacional de Escutas (2020). Ambas as candidaturas foram apresentadas ao PE pelo eurodeputado José Manuel Fernandes que, em nota divulgada, afirmou que as distinções reconhecem as ações que estas entidades têm desenvolvido no nosso país para “defesa e promoção dos valores europeus como a solidariedade, a inclusão e a defesa da dignidade humana”.

Ambos os trabalhos refletem “resultados inestimáveis para a construção de uma sociedade mais justa e solidária, desenvolvida e sustentada nos valores europeus e humanistas”, sublinhou José Manuel Fernandes.

Os principais dirigentes da UMP associaram-se ao prémio. Para o presidente da Mesa da Assembleia Geral da UMP, José da Silva Peneda, “com este projeto, a União das Misericórdias colocou no terreno o conceito de solidariedade e os valores associados ao projeto europeu”. Por sua vez, o presidente do Conselho Fiscal referiu que “o Parlamento Europeu evidenciou uma justa avaliação do trabalho realizado por todas as Santas Casas de Portugal”. Segundo António Tavares, o modelo das Misericórdias ainda “não foi adotado, mas começa agora a ser compreendido e, talvez, consiga ainda vir a ter tempo para fazer a sua escola”. Para Francisco Araújo, que preside o Conselho Nacional da UMP, “esta distinção comporta em si um desafio” e “confronta-nos com a necessidade de adequação à visão do estado social europeu, adaptando-nos ao enquadramento de uma visão pública que determina prioridades e apoios para a sua implementação”. 

O prémio do Cidadão Europeu é atribuído a cidadãos, grupos, associações ou organizações com projetos cuja atuação tenha sido excecional ou marcante, conforme se lê no regulamento, para promover um melhor entendimento mútuo e uma maior integração entre os cidadãos europeus, para reforçar o espírito europeu ou que consubstanciem os valores consagrados na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

Voz das Misericórdias, Bethania Pagin 

Fotografia: UE / Philippe Buissin